“Green God” é um dos poemas líricos mais conhecidos e perfeitos de Eugénio de Andrade (1923-2005), incluído na obra As Mãos e os Frutos (1948). Neste artigo, proponho uma nova leitura do texto, à luz da mitologia e dos estudos de influência. Para tanto: a) Relaciono a figura central do poema com o Deus Verde dos celtas (divindade pagã associada à natureza, e ao renascer primaveril, arquétipo da ligação do homem ao ambiente); b) Enquadro o texto na temática da “vegetalização” do corpo, frequente na poesia eugeniana; c) Analiso o significado de termos como “fonte” e “flauta”, no contexto do romantismo em geral, e inglês, em particular; d) Exploro a intertextualidade com “She Walks in Beauty”, de Lord Byron (1788-1824), e sugiro explicações pa...